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Vista Alegre do Alto

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Vista Alegre do Alto: de vento em “polpa”

Foi somente nos primeiros anos do século XX, entre 1900 e 1906, que a região onde hoje está a cidade de Vista Alegre do Alto começou a ser aberta. O plantio do café avançava pelo Estado de São Paulo, levando prosperidade e desenvolvimento. A chegada do imigrante italiano, Luigi Bassoli, foi decisiva. Recém chegado e com pouca vocação agrícola ele montou um Armazém de Secos e Molhados em uma fazenda. Na Colônia Seca, como era conhecido o armazém, havia também muita diversão: campo de bocha e mesas para os jogos de cartas: truco, três, setes entre outros.

O movimento nos finais de semana era intenso, o que propiciou um entendimento entre vários proprietários para a fundação de um vilarejo. A origem do nome foi uma referência à paisagem local, uma vista muito alegre. A agricultura foi o ponto de partida e continua sendo o esteio da economia local. Depois do café, o algodão ocupou espaço importante até 1948. Neste mesmo ano foi introduzida a cultura do mamão, que abriu espaço para o fortalecimento da fruticultura na cidade. No final dos anos 70, com o Pró-álcool, a cana-de-açúcar se expandiu nas terras da região. A destilaria, que produzia aguardente, passou a produzir combustível e hoje é fonte de renda e emprego na cidade.

São 3.000 empregos diretos. A fruticultura se mantém forte. Depois da usina, a maior empregadora da cidade é uma indústria de polpa, doces, geléias e molhos. Emprega 300 pessoas. Com a industrialização da cana-de-açúcar e das frutas a cidade de quase 5.500 habitantes está se fortalecendo economicamente. Tem receita tributária própria de cerca de R$ 500.000,00/mês e quota per capita do ICMS de R$ 854,90. Ocupa a 82ª posição no IDH no estado de São Paulo, com índice de 0,816. A expansão do comércio é um claro sinal de desenvolvimento: 3 supermercados garantem o abastecimento dos moradores, lojas de roupas e móveis também. Até pouco tempo os moradores viajavam para as cidades vizinhas para garantir suas compras.

A economia local tem ajudado a instalação de agências bancárias e a criação de indústrias, principalmente metalúrgicas. A mão-de-obra, antes exclusivamente agrícola, está se especializando em função da mecanização da cultura da cana e das exigências decorrentes da modernização das empresas existentes e das novas que estão se instalando na cidade. A infra-estrutura local ainda não está 100%, mas começa a melhorar com reflexos importantes na qualidade de vida da população. O Departamento de Água e Esgoto é municipal. Toda a água captada recebe tratamento antes de ser distribuída para a população, e o esgoto passa por uma lagoa de decantação antes de ser despejado no rio.

A preocupação atual é terminar as galerias de águas pluviais de dois bairros da periferia, para zerar o problema da falta de asfalto na cidade. A educação, da creche até a 4ª série do ensino fundamental é responsabilidade do município. O material usado é de um sistema de ensino particular, o que garante boas notas para a educação fundamental na comparação com outras cidades. Na área da saúde uma Unidade Básica e um Programa de Saúde da Família são oferecidos para a população. Os procedimentos mais complexos são encaminhados para outras cidades. A pequena Vista Alegre do Alto, com poucas opções de lazer, tem sua grande festa realizada no mês de maio, a Festa de Santa Rita de Cássia, a padroeira local.

Quermesses acontecem todos os finais de semana de maio. Cerca de 4.000 pessoas lotam a praça central. No dia da Santa, 22 de maio, 180 pessoas fazem uma apresentação teatral sobre sua vida e uma grande procissão atravessa a cidade. Com as graças de Santa Rita de Cássia e o trabalho no campo, Vista Alegre do Alto começa a conquistar melhorias. A diversificação de culturas, principalmente das frutas, e a agregação de valor com a industrialização, enfim, o bom momento pelo qual passa a cidade, leva a administração municipal a um facílimo trocadilho: Vista Alegre do Alto vai muito bem, a cidade vai de ”vento em polpa”.

Dados

  • Área total: 9.600 ha
  • Propriedades: 260, sendo 70% de até 50 ha
  • Cana-de-açúcar: 4.600 ha - 80 ton/ha
  • Citrus: 2.100 ha/ 600 mil pés
  • Manga: 450 ha
  • Goiaba: 450 ha
  • Fruticultura diversificada: 500 ha (carambola, caju, coco da Bahia, pêssego e atemoia)
  • Pecuária (confinamento): 5 mil cabeças

Fonte: Casa da Lavoura.

Abril/2007

ABAG/RP