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Itápolis: futebol e agronegócio

Itápolis é conhecida no Brasil e no exterior como a capital da laranja. Não é para menos, pois pouco mais de trinta anos do plantio do primeiro pomar comercial, a cidade hoje com cerca de 38 mil habitantes, se orgulha em ter 15 milhões de pés de laranja plantados e 20 milhões de mudas produzidas em viveiros telados. Mas neste início de 2004, Itápolis vem sendo lembrada mesmo como a cidade do Oeste, o caçula da primeira divisão do futebol de São Paulo.

Uma façanha que começou em 1997 com a rearticulação do time local. O Oeste venceu todas as divisões, até chegar à primeira. A história do time, fundado há 83 anos, se confunde com a da cidade, de 141 anos. No início Itápolis era um vilarejo que se desenvolvia junto às fazendas de café, assim como o campo do Oeste. Quando a bola era chutada com mais força pela lateral, a partida era interrompida, e todos os jogadores corriam pelo meio do cafezal à procura da única bola do jogo. Hoje o campo fica no centro da cidade, rodeado de casas por todos os lados.

Das arquibancadas é possível ver os quintais, com seus varais cheios de roupas. Foi a laranja que fez a cidade crescer, principalmente nos anos 80. Até hoje ela é a grande responsável pela receita do município e pela geração de cerca de 70% dos empregos. Uma dependência que assusta um pouco a prefeitura. A doença do citrus é uma ameaça constante, por isso a Secretaria Municipal da Agricultura está instigando os pequenos produtores a buscar alternativas. A diversificação da fruticultura pode ser uma saída. A cidade já é grande produtora de melancia e manga. A intenção é atrair indústrias de transformação para agregar valor ao produto primário e fazer crescer os empregos urbanos.

Uma experiência que já está dando certo. Uma grande fábrica de doces em conserva se transferiu do Nordeste para Itápolis. Outras pequenas fábricas estão absorvendo toda a produção de tomate, manga e goiaba para a produção de polpa. As três maiores indústrias locais estão diretamente ligadas à produção agrícola: uma de suco; outra e óleos vegetais e sabão; e uma terceira que começou produzindo bombas d’água e hoje é uma grande indústria de estruturas metálicas. A cidade se desenvolveu muito rapidamente. Tem 100% de asfalto, água encanada e rede de coleta de esgoto, mas o tratamento está sendo readequado devido ao crescimento populacional. Itápolis tem duas faculdades e, além delas, oferece um dos cursos profissionalizantes mais disputados do Brasil.

O aeroclube da cidade forma pilotos para a aviação civil, agrícola, de treinamento, planadores e ultraleves. As vagas são disputadíssimas. Itápolis também se orgulha de ter filhos famosos, como os empresários Olacir de Moraes e Lázaro Brandão, além do poeta Zé Fortuna. Para quem não liga nome à fama, Zé Fortuna foi o tradutor de clássicos da música sertaneja, como Índia e Saudade. Músicas que ainda são tocadas na praça pela banda municipal. A cidade é pequena, mas cheia de histórias para contar e de exemplos para seguir. A prefeitura mantém o único cinema da cidade, o Cine Municipal, um dos únicos cinemas públicos do país.

Dados

  • Laranja: 37 mil ha / 15 milhões de pés / 30 milhões de caixas
  • Cana: 25 mil ha / 80 ton/ha
  • Pastagem: 25 mil ha
  • Manga / goiaba / limão / morgote / melancia: 3 mil ha

Fonte: CATI Itápolis.

Fevereiro/2004

ABAG/RP