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Paolinelli, indicado ao Nobel da Paz, recebe homenagem e ganha livro

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Alysson Paolinelli será homenageado em São Paulo, no próximo dia 20/09, em um evento da Rede Paolinelli que marca o ponto alto da grande mobilização do setor que levou à sua indicação para o Prêmio Nobel da Paz 2021, cujo anúncio se dará em 8 de outubro, em Oslo, Noruega.

A homenagem encerra um ciclo de intensa atividade em torno do ex Ministro da Agricultura nos últimos oito meses, atendendo à repercussão de sua indicação em todo o Brasil e no exterior. Além disso, o evento será marcado também pelo lançamento do livro Alysson Paolinelli – O visionário da agricultura tropical, o mais completo documento sobre a vida, a obra e o legado de Paolinelli.

 

 

O evento será híbrido, com solenidade presencial para convidados e transmissão on-line pelo YouTube da Rede Paolinelli.

  • Teatro Sesi (Fiesp)
  • Data: 20 de setembro de 2021
  • Horário: 16:00-17:30 h
  • Local: Av. Paulista nº 1.313, térreo, São Paulo, SP

https://www.youtube.com/channel/UCQGX1jgKqU24QXU_nkz89VQ

 

Na ocasião, Paolinelli dará uma entrevista coletiva aos jornalistas, juntamente com Roberto Rodrigues (coordenador da Rede Paolinelli) e Ivan Wedekin (organizador do livro). Fará um balanço da mobilização para o Nobel, suas descobertas nesse processo, desafios e oportunidades que viu, visões que encontrou para a agricultura brasileira e tropical.

Acontecerá às 14h30, antes do evento. Será uma honra a sua presença.

O acesso à coletiva será possível pelo link abaixo:

https://zoom.us/j/93467963567?pwd=c1VrVjBRTTRyMFptWnJ1NnBFWXdpdz09

 

Uma grande análise histórica

O livro Alysson Paolinelli – O visionário da agricultura tropical é o mais completo documento sobre a vida, a obra e o legado de Paolinelli, cujas realizações transcendem fronteiras e descortinam oportunidades para a agricultura dos países tropicais. Desde cedo, Paolinelli foi obstinado pela ciência e voltado à mobilização de pessoas para levar adiante a empreitada de transformar a agricultura tradicional no Brasil, tornando-a moderna e competitiva no cenário global.

Investiu em capital humano, criou e alavancou instituições de pesquisa e de assistência técnica país afora e implantou políticas e programas de grande repercussão prática para a expansão da produção agropecuária no Brasil. Tornou a região dos Cerrados um grande celeiro, promovendo melhoria de renda e qualidade de vida para a população rural. São marcantes os múltiplos benefícios alcançados com usa ação: interiorização do desenvolvimento, sustentabilidade, segurança alimentar e paz.

 

O livro relata os sete eixos de trabalho de Paolinelli e traz sua biografia. Mostra a maior revolução agrícola tropical sustentável da humanidade, construída no Brasil nos últimos cinquenta anos. Revela a contribuição da agricultura brasileira para a segurança alimentar mundial, destacando a relevância do bioma Cerrado como grande polo de produção. Aborda o tema da sustentabilidade e suas correlações com o setor rural e o país. E revela que Paolinelli continua na vanguarda do seu tempo, sonhando e fincando projetos para o futuro.

“ALYSSON PAOLINELLI – O visionário da agricultura tropical é uma grande análise histórica e referência bibliográfica essencial para todas as pessoas motivadas em desenvolver a agricultura, o país e o mundo em benefício das futuras gerações”, destaca Ivan Wedekin, organizador e autor da obra.

 

Capítulo a capítulo

A seguir, apresenta-se um breve resumo sobre o conteúdo que o leitor encontrará no livro.

Capítulo 1

Sumariza o vasto legado de Alysson Paolinelli, cuja vida foi desde cedo balizada pela ciência. O ponto de partida de seu trabalho na gestão pública se deu no cenário desafiador das diversas crises econômicas do Brasil nos anos 1970, com destaque para a baixa produtividade e produção insuficiente da agricultura. Paolinelli liderou a virada do jogo: montou programas e políticas, alavancou a pesquisa agropecuária e criou instituições de assistência técnica aos produtores.

 

Capítulo 2

Traz um retrospecto da vida e obra de Paolinelli, desde o nascimento, em 10/07/1936, na pequena Bambuí, Minas Gerais. O trabalho do pai, engenheiro agrônomo que instalou na cidade o Posto Agropecuário do Ministério da Agricultura, despertou-lhe o interesse pela vida das pessoas do campo. Graduado como engenheiro agrônomo em 1959, na Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), passou a professor, vice-diretor e diretor da instituição. Dali saiu para trabalhos inovadores na Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, que lhe abriram as portas para o grande salto: a atuação como ministro da Agricultura por cinco anos, a partir de março de 1974. Depois, presidiu organizações empresariais e associações, até eleger-se deputado federal constituinte para o mandato 1987-1991. Presidiu a CNA e chefiou por mais duas vezes a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Na Abramilho (2011), no Instituto Fórum do Futuro (criado em 2012) e na Cátedra Luiz de Queiroz segue atuando, com vigor invejável, alargando os horizontes da ciência para um mundo melhor.

 

Capítulo 3

Mostra a origem e as diversas facetas da grandiosa revolução agrícola tropical sustentável que o Brasil desenvolveu. O investimento em capital humano mobilizou a ciência e gerou novas tecnologias que incorporaram os Cerrados ao processo produtivo da agropecuária. A partir de dados da FAO desde a década de 1960, o capítulo traz análises inéditas sobre o aumento da participação dos países tropicais, com destaque para o Brasil, na produção e exportação mundial de alimentos básicos. A tecnologia brasileira expandiu-se para as Américas e, de modo importante, para a África, como ilustram os casos apresentados.

 

Capítulo 4

Trata do tema da segurança alimentar e da contribuição do Brasil para mitigar a fome no mundo. Traz novos ângulos da análise histórica sobre a participação dos países tropicais para a oferta mundial de alimentos, ressaltando o fato de que, a partir da década de 1990, o valor da produção per capita anual de alimentos no Brasil superou a média mundial: nos últimos anos, está perto de ser o dobro do patamar mundial. Os benefícios sociais foram enormes: entre 1974-1975 e 2017-2018, a participação dos gastos com alimentos nas despesas de consumo das famílias caiu de 33,9% para 17,5%. Como exportador, o Brasil aumentou a oferta e colaborou para reduzir a insegurança alimentar em muitas partes do planeta, especialmente nos países em desenvolvimento.

 

Capítulo 5

Ilustra a contribuição da agricultura tropical realizada nos Cerrados nas últimas décadas. É o maior exemplo dos resultados de políticas e programas públicos, e do investimento em tecnologias, para incorporação produtiva das terras inférteis da savana brasileira. O papel da Embrapa, organizações de pesquisa e produtores rurais foi essencial nesse verdadeiro finca-pé para transformação dos Cerrados em uma das regiões mais competitivas do mundo. Faz-se ainda a caracterização do bioma e apresenta-se um levantamento inédito sobre a participação dos municípios localizados na região dos Cerrados na produção nacional de importantes lavouras (soja, milho, algodão e café) e nos rebanhos de bovinos, frangos e suínos.

 

Capítulo 6

Trata do desenvolvimento sustentável pelo prisma da agricultura brasileira e seus desafios. O conceito de desenvolvimento sustentável – e seus indicadores – evoluiu ao longo do tempo. No Brasil, a partir dos anos 1990, houve aprofundamento do debate multilateral sobre o tema, com a criação de regulamentações e de um arcabouço normativo voltado a equilibrar as preocupações ambientais no mundo globalizado. A análise traça um paralelo entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização da Nações Unidas (ONU) e os programas de desenvolvimento criados pelo governo federal, envolvendo a agricultura e o fomento da diversidade produtiva.

 

Capítulo 7

Revela que Paolinelli continua na vanguarda de seu tempo, gestando sonhos e projetos para que o Brasil e os países tropicais ampliem a contribuição para a segurança alimentar e a paz mundial.  Há um longo caminho à frente que demanda novas realizações. De pés no chão, nosso protagonista entende que é fundamental apoiar os 4 milhões de agricultores familiares, que demandam tecnologia e serviços para melhorar de vida. Pelo prisma da sustentabilidade, é um fervoroso defensor da gestão da água e da irrigação. No projeto Biomas Tropicais, coloca a ciência à frente, ao preconizar que a decisão do que se quer produzir seja sempre precedida da identificação criteriosa dos limites de uso sustentável de cada bioma.

 

Capítulo 8

Traz a versão do legado de Paolinelli em inglês, para que o público de outras partes do mundo possa conhecer e admirar o trabalho do maior visionário da agricultura tropical sustentável.

ABAG/RP