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Pirangi: em mais um ciclo de crescimento

As terras onde foi instalado o município de Pirangi, em 1895, antiga Santo Antônio da Boa Vista, pertenciam ao distrito de São Sebastião do Turvo, em Jaboticabal. Como os moradores das vizinhanças precisavam percorrer longas distâncias para adquirir gêneros alimentícios foi aberta uma picada para encurtar o caminho. No local foi erguido um cruzeiro e, mais tarde, construída uma capela a partir da qual se desenvolveu o povoado.

Em 1904, com a abertura de mais uma picada, foi dado um novo impulso à região era a passagem para os carros de boi e boiadas vindos de Rio Preto. Em 1935, já com a denominação de Pirangi (do tupi-guarani:”peixe podre”), o município se tornou autônomo. O desenvolvimento imobiliário na cidade é visível com o lançamento de 3 novos loteamentos e as reformas nas residências fizeram com que o custo diário de um pedreiro chegasse hoje a quase o dobro de um ano atrás, R$ 100,00. Segundo a prefeitura municipal a melhoria da infra-estrutura atraiu investidores e imobiliárias.

Depois da inauguração da estação de tratamento de esgoto, em 2001, e da facilidade na obtenção de licença ambiental para os empreendimentos, a cidade deslanchou. O abastecimento de água é terceirizado. Não há cobrança de taxa de iluminação pública, que só não atinge 100% da cidade devido aos novos loteamentos. A destinação final dos resíduos sólidos é feita em aterro sanitário. Na área de ensino a prefeitura atua apenas na educação infantil, de 3 a 6 anos. Nos outros ciclos, o Estado, com duas escolas, atende crianças da 1ª série do ensino fundamental até a 3º série do ensino médio. A cidade conta ainda com uma escola particular. Segundo a prefeitura não tem nenhuma criança em Pirangi fora da escola.

Projetos sociais como a Casa da Criança e o Espaço Amigo atendem as crianças em horário oposto ao da escola oferecendo apoio à tarefa, atividades esportivas e culturais. Na saúde um centro de saúde, um pronto socorro e um hospital estão à disposição da população. 10 consultórios particulares, com diversas especialidades, completam o atendimento. Para a prevenção e o atendimento primário foi criado o Programa de Agentes Comunitários da Saúde. Existe também um Centro Odontológico municipal. Com pouco mais de 10 mil habitantes, Pirangi é uma cidade em pleno crescimento. Possui 6 agências bancárias, uma agência própria dos Correio, duas rádios, um jornal quinzenal e no início deste ano foi instalado o Fórum Distrital.

No comércio não existe nenhuma grande rede, mas os estabelecimentos locais atendem as necessidades da população: farmácias, supermercados, lojas de roupas e eletrodomésticos. Na área da cultura e lazer as opções são poucas, o passeio na praça, as festas religiosas, os bailes e o encontro nas lanchonetes. O cinema local fechou por falta de público.

A população prefere ir ao cinema em Bebedouro, a 35 quilômetros de distância, assim aproveita para viajar e ir ao shopping. As principais empresas da cidade estão direta ou indiretamente ligadas ao agronegócio: duas transportadoras, uma comercializadora de citrus e goiaba, seis paking house de frutas, um abatedouro e uma usina de açúcar e etanol. São elas as maiores empregadoras locais, mas muitos moradores de Pirangi viajam todos os dias para trabalhar, principalmente em usinas de açúcar e etanol, nas cidades vizinhas.

A cidade já viveu outro ciclo de prosperidade, em meados dos anos 80, quando a laranja era o principal produto da agricultura local. Hoje a cana-de-açúcar está presente em 55% da área e a laranja em 16%. Esta proporção era inversa em 1995. A substituição da citricultura aconteceu gradativamente a cada renovação de pomar. O produtor continua à frente de suas terras, 44% da cana-de-açúcar da cidade são produzidas por fornecedores de todos os portes. Em Pirangi o desenvolvimento sempre esteve atrelado ao agronegócio, o velho bordão que diz “quando o campo vai bem a cidade vai bem também” cabe perfeitamente nesta cidade.

Dados

  • Propriedades: 727, com média de 28 ha
  • Pastagem natural: 1.600 ha / 3.000 cabeças
  • Cana-de-açúcar: 11. 200 ha
  • Citrus: 3.200 ha
  • Goiaba: 100 mil pés
  • Manga: 75 mil pés
  • Carambola: 4 mil pés
  • Pêssego: 3 mil pés
  • Coco: 3 mil pés

Fonte: CATI Pirangí.

Maio/2008

ABAG/RP