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Santa Cruz da Esperança

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Santa Cruz da Esperança: à espera de oportunidades

“Santa Cruz da Esperança era ponto de parada para descanso dos tropeiros. Existia uma Cruz erguida no local e era sempre um alívio retornar ao ponto de origem, depois de meses em meio ao Sertão do Brasil meridional tocando os rebanhos vindos do sul”. É assim que é contada a história oficial dos primeiros anos dessa pequena cidade com apenas 14 anos de emancipação política.

Santa Cruz da Esperança hoje com quase 2.000 habitantes era um distrito de Cajuru, e como estava a 15 quilômetros de sua sede sentia que o progresso não chegava por um certo “esquecimento” dos governantes. Mas crescer e se desenvolver não é tão simples. A área urbana de Santa Cruz da Esperança tem 5 quarteirões de largura por 14 de comprimento. São cerca de 450 casas. Na zona rural existem outras 200 moradias onde vivem 35% dos habitantes, espalhados por 160 propriedades rurais. A base econômica do município é a agricultura, cujo predomínio é da cana-de-açúcar. A cidade é fornecedora de matéria-prima para usinas de açúcar e álcool instaladas em municípios vizinhos.

Outras pequenas áreas são destinadas ao cultivo de café, milho e pastagem para o gado. Com apenas duas olarias e um modesto comércio local, é a prefeitura a maior empregadora com 157 postos de trabalho. Sem qualificação profissional, a maioria da população trabalha no campo, outras poucas pessoas nas usinas da região. Não existe desemprego, afirma a administração municipal, mas subempregos. As pequenas propriedades não conseguem registrar em carteira o trabalhador temporário, que acaba trabalhando um dia em cada lugar. Cerca de 70 pessoas viajam para Ribeirão Preto diariamente para trabalhar no comércio, ou como empregados domésticos. A prefeitura banca o custo do ônibus, pois é mais vantajoso subsidiar este transporte do que deixá-las sem trabalho. “Viver aqui é ótimo. O único problema é a falta de emprego”, dizem os moradores.

Os problemas com infra-estrutura podem ser contados e apontados: duas casas que ficam um pouco mais afastadas e aonde ainda não chegou o asfalto, a rede de esgoto e a iluminação pública. O problema não é novo, mas não é tão simples de resolver devido a localização, afirma a prefeitura. Para a coleta de lixo um caminhão é suficiente para os 1.200 quilos gerados por dia na cidade. O aterro sanitário, inaugurado em 2002, foi construído para ter uma vida útil de 50 anos, mas poderá durar 100, pois a cidade vai implantar a coleta seletiva até o ano que vem. Tranqüilidade é o que não falta. O último homicídio aconteceu em 1979. Hoje acontecem de dois a três furtos por ano, todos na zona rural.

Na área da saúde, 5 médicos contratados pela prefeitura fazem o atendimento no Programa de Saúde da Família, o PSF, e no posto de saúde. Para atendimentos mais complexos os pacientes vão para Ribeirão Preto ou para a antiga sede, Cajuru. Como não existe agência bancária em Santa Cruz é a Cajuru que parte da população, com conta bancária, recorre. Situação provisória, pois um grande banco está montando um posto de atendimento na cidade, em princípio para cuidar da folha de pagamento da prefeitura. Duas escolas atendem cerca de 400 estudantes da cidade. Estar freqüentando a escola é o passaporte para poder participar dos projetos complementares de educação: o Projeto Guri, no qual 70 jovens têm aulas de instrumentos de corda e canto coral; o Projeto Sementinha, que prioriza a recreação e o artesanato, e o Projeto Circo, no qual a meninada aprende os segredos da arte circense.

Para se divertir não existem muitas opções, ou o futebol nos campinhos e quadras da prefeitura, ou sentar na praça para jogar conversa fora. Em sábados alternados o Centro Social Urbano cede espaço para o forró dos mais velhos, ou à música dos DJs para os mais jovens. Para a terceira idade a domingueira é a opção. Tv a cabo não existe, só por satélite, e a Internet já chegou, e em banda larga. 20 casas, além dos prédios públicos, já estão com suas “janelas abertas” para o mundo. Os maiores orgulhos de Santa Cruz da Esperança são: a Banda Marcial, que ocupa o segundo lugar no estado de São Paulo entre as bandas de pequeno porte; e a mata nativa que se espalha ao redor da cidade. “Santa Cruz” posicionou-se em 2005 em 4º lugar no ranking de municípios com maior área de vegetação natural do Estado de São Paulo, 4.300 hectares.

Dados

  • Cana-de-Açúcar: 5.000 ha /375.000 ton
  • Mata Natural: 4.300 ha
  • Pastagem: 1.500 ha
  • Café: 400 ha
  • Gado de Corte: 1.800 cabeças
  • Gado de leite: 200 cabeças
  • Gado misto: 1.000 cabeças

Fonte: Prefeitura Municipal.

Setembro/2007

ABAG/RP