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São Joaquim da Barra

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São Joaquim da Barra, a festa da soja

A apresentadora Ana Maria Braga não se cansa de dizer que é de São Joaquim da Barra. No seu programa de televisão, ela tem buscado valorizar sua origem. Já falou sobre a produção de álcool e açúcar e, mais recentemente, sobre a soja. São Joaquim da Barra, situada à beira da Rodovia Anhanguera, era ponto de descanso dos tropeiros que desbravavam o Sertão do Rio Pardo.

Sua história é parecida com a da maioria das cidades da região: terras doadas por fazendeiros, criadores de gado, seus primeiros habitantes. Com a chegada dos trilhos da estrada de ferro até Batatais, a cultura do café ganha força na cidade. Cultura que mudou a estrutura social e demográfica do município. Mas a decadência do café, após a crise de 29, levou o município, novamente, a mudar o rumo. Os imigrantes europeus, predominantemente italianos, abandonaram a lida nas fazendas e investiram em outras habilidades: surgiram sapateiros, marceneiros, pedreiros... Teve início neste período a diversificação no campo, e surgiram as plantações de arroz, algodão e cana-de-açúcar, até que, nos anos 50, a cultura da soja é introduzida. Em 1952, três agricultores de São Joaquim da Barra foram premiados em um concurso no Estado de São Paulo promovido pela Campanha de Cultura da Soja.

O pioneirismo e a boa produtividade consagraram São Joaquim como a “Capital da Soja”. A primeira Festa da Soja foi realizada em 1967. Tornou-se tradição e até hoje movimenta a cidade no mês de maio. Atualmente a soja continua presente ao lado da cana-de-açúcar, milho, sorgo e feijão. O agronegócio tem papel importante para este município de 45 mil habitantes. Representa 40% da economia local e garante 50% dos empregos. A produção rural impulsionou o surgimento de indústrias e usinas nos arredores. 350 indústrias estão instaladas na cidade, a maioria ligada ao setor. Os moradores se orgulham também do comércio forte, que atrai consumidores de toda a região, e da prestação de serviços, principalmente na área médica.

A atenção com o meio ambiente fez com que fosse desativado o lixão da cidade. Hoje o lixo é enviado ao aterro sanitário da cidade de Guará. O tratamento do esgoto é o novo desafio. O projeto já está aprovado junto ao FEHIDRO e aguarda a liberação da verba. Na área da educação, São Joaquim foi uma das poucas cidades que não aderiram à municipalização. Segundo a prefeitura, para não correr o risco de em 5 anos não conseguir garantir à população o direito ao ensino fundamental e médio. A ausência de curso superior na cidade fez com que a administração municipal instituísse sua própria “PPP”.

Firmou parcerias com diversas instituições de ensino da região, que garantem 40% de desconto nas mensalidades nos cursos de graduação: 20% oferecidos pelas faculdades e 20% pela própria prefeitura. A cidade que sempre conseguiu mudar de rumo diante das necessidades mostra que o bom jogo-de-cintura depende de vontade e determinação.

Dados

  • 252 propriedades - 10% até 20 ha, 80% entre 20 e 500 há, e 10% acima de 500 ha
  • 28 mil ha - cana-de-açúcar
  • 4.500 ha - soja
  • 300 ha - milho
  • 120 ha - feijão irrigado
  • 1.800 ha - soja (safrinha)

Fonte: Casa da Agricultura SJB.

Março/2004

ABAG/RP