Objetivos:
A palavra CIÊNCIA deriva do latim scientia, que significa CONHECIMENTO.
A ciência está tão presente no dia a dia das pessoas que é difícil imaginar a vida sem ela. Foi o desenvolvimento científico e tecnológico, nos mais diversos segmentos, que trouxe as alternativas para satisfazer as necessidades do homem.
CIÊNCIA e TECNOLOGIA modificam, a todo instante, a trajetória da humanidade. Elas também foram, são, e serão fundamentais para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária em todo o mundo.
O conhecimento, na antiguidade, vinha das experiências humanas sobre os fenômenos naturais. Assim foi descoberto o fogo, a alteração de sabor que o sal dos mares promovia nos alimentos, e a observação de que as plantas se desenvolviam a partir de sementes, de mudas, de fragmentos, entre outros.
Como é sabido, as plantas possuem clorofila, e por meio da fotossíntese, na presença de luz, água e sais minerais sintetizam o que precisam para se desenvolver.
Foi também a percepção humana que levou à conclusão de que as plantações nas margens dos rios, no Egito Antigo, produziam mais alimentos que as plantações nas zonas mais distantes. Foi possível perceber que não apenas a água, mas os sedimentos deixados pelo transbordamento das águas, nas cheias dos rios, favoreciam o crescimento das plantas. Isso fez com que a ocupação dessas áreas fossem estimuladas.
O homem, dotado de inteligência, observou também que poderia desenvolver mecanismos para imitar a natureza. Assim, teve início a procura por meios que permitissem conduzir a água aos campos mais afastados. Com o uso de técnicas rudimentares, tangenciando várias áreas do conhecimento, surgiram os canais feitos de bambu, barro cozido ou pedras; as comportas; os túneis; os aquedutos e terraços, entre muitos outros mecanismos ainda primitivos, mas muito engenhosos. Esse foi o princípio do que hoje é conhecido como irrigação.
Atualmente, os sistemas de irrigação inteligentes fornecem a quantidade ideal de água e nutrientes para as plantas, sem desperdícios e no momento certo para o melhor desenvolvimento das culturas.
Grandes pensadores, motivados a desvendar e compreender os fenômenos naturais em suas épocas, foram fundamentais para abrir os caminhos da ciência.
Liebig, Darwin e Mendel, por exemplo, foram cruciais para a agricultura moderna. Suas descobertas científicas contribuíram para o avanço da produção agropecuária em todo o mundo. Insumos modernos, como os corretivos e fertilizantes, sementes melhoradas, biotecnologia, transgenia, nanotecnologia, tecnologias reprodutivas, etc, tiveram como base os conhecimentos desses e de vários outros cientistas.
Foto: Wikimedia
Se no início a agricultura dependia da fertilidade natural do solo, tudo começou a mudar quando o químico alemão, Liebig, demonstrou que o crescimento das plantas dependia dos elementos químicos presentes no solo, e não do fato de a planta "comer" terra, como era o entendimento à época. Ficou claro que a adição de nutrientes, químicos ou orgânicos, possibilitariam o desenvolvimento das plantas mesmo em solos inférteis, ou substratos inertes. O solo, grosso modo, é importante para a fixação para as plantas. Um exemplo que comprova a teoria de Liebig, é o cultivo hidropônico, no qual as plantas se desenvolvem sem a presença de solo. Nesse caso elas são fixadas em estruturas flutuantes ou esponjosas, e os nutrientes são carreados pela água.
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O naturalista e biólogo, com seus estudos sobre a Teoria Evolutiva, defendeu a seleção natural como fator influenciador na evolução das espécies. A teoria ampliou as noções sobre a origem das espécies, porém não foi suficiente para explicar como surgiram as características hereditárias em cada geração.
Foi ele, ele, por meio de seu trabalho com a polinização de ervilhas, que descobriu e respondeu várias questões sobre a hereditariedade das espécies. O biólogo, manualmente, transferiu o pólen de uma planta pura para outra, técnica hoje chamada de hibridação. Ele é considerado o pai da genética. Seus estudos de seleção artificial explicaram como a seleção natural age sobre os seres vivos.
Com a Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII, parte da população deixou o campo rumo às cidades. Assim, os produtores rurais que permaneceram no campo tiveram que produzir mais, para alimentar as pessoas que foram morar nos centros urbanos. Foi necessário desenvolver implementos e máquinas mais eficazes para ajudar o homem a lavrar a terra. A força humana e a tração animal eram insuficientes para vencer a grande demanda por produtos agrícolas. Esse foi um dos grandes impulsos para a modernização da agricultura em todo o mundo. No Brasil esse movimento foi ainda mais intenso no início do século XX.
O aumento da demanda por alimentos deu origem a muitos questionamentos. Diante do crescimento populacional, qual seria a real capacidade de suprimento via produção agrícola?
Em sua Teoria Malthusiana, o economista britânico defendeu a ideia de que a população sempre cresceria exponencialmente, enquanto a produção de alimentos aumentaria de forma aritmética (veja o gráfico abaixo). Assim, faltaria comida e o número de pobres aumentaria. Para ele a solução viria com o controle da natalidade.
Fonte: todamateria.com.br
O que Malthus não previu, no entanto, foi como o progresso técnico-científico seria capaz de melhorar a produtividade no campo. Graças às referências científicas de Liebig, Darwin, Mendel, e de inúmeros outros pesquisadores, o desenvolvimento tecnológico ganhou cada vez mais força. A medida que a ciência avança, toda a realidade se aprimora, seja na cidade, seja no campo. É exatamente dessa forma que o questionamento de Malthus tem sido respondido.
O desafio, então, é suprir a crescente demanda mundial por alimentos.
Qual o papel do Brasil neste processo?
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elencam o Brasil em posição de destaque para prover a segurança alimentar mundial.
A FAO aponta que o planeta terá 9,7 bilhões de habitantes em 2050. O Brasil, sozinho, de acordo com essas pesquisas, terá condições para elevar sua produção em 41%, e atender à expectativa de ampliação da oferta de alimentos, energia e fibras.