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Igarapava: terra e água

Igarapava, no vale do Rio Grande, foi descanso e passagem dos bandeirantes que viajavam rumo a Minas dos Goyazes. Em1720 aquelas terras foram doadas aos famosos bandeirantes Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, e João Leite da Silva, mas não foi fácil ocupá-las. Os índios Caiapós do Sul, que ali viviam em grandes aldeias, resistiram durante anos aos colonizadores.

Mais um século depois, em 1842, é que surge na fazenda Vargem Alegre a capela que deu origem ao povoado de Santa Rita do Paraíso. Em 1907, quando foi elevada à condição de município, foi rebatizada de Igarapava, que significa “porto das canoas”. As diversas canoas faziam a travessia do Rio Grande. Dentro de São Paulo, mas muito perto de Minas, cerca de 30 quilômetros, a cidade vive até hoje uma certa dualidade. A ponte de ferro construída sobre o Rio Grande, em 1913, é um marco para a cidade. Significou o prolongamento da linha férrea que cortava as melhores terras de café de São Paulo e chegava quase a Uberaba. A ponte também foi palco de muitos confrontos da Revolução de Trinta entre as Forças Legalistas (Paulistas) e as Forças Rebeldes (Mineiros).

Até hoje é possível ver as marcas de balas. Um dos maiores produtores de café do início do século XX, Cel. Quito Junqueira, tinha terras com cafezais que chegavam até Igarapava, e mudou-se para lá pensando em diversificar os negócios. Montou a Usina Junqueira, que era uma cidade dentro da cidade, com cinema, hospital, biblioteca, comércio, igreja e mais de 250 casas. Tudo, até hoje, preservado e funcionando. A usina é a maior empresa do município e já não pertence ao mesmo grupo, mas mantém a pujança que colaborou muito com o crescimento e desenvolvimento da cidade. Hoje Igarapava tem cerca de 25 mil moradores fixos e 4 mil flutuantes, que vivem na cidade durante a safra da cana-de-açúcar.

É que além da usina local, outras duas estão localizadas muito próximas à cidade. Uma caldeiraria e uma cooperativa de prestadores de serviço para usinas também são empresas importantes na arrecadação de ICMS do município. A Usina Hidrelétrica que leva o nome da cidade pertence a um consórcio que gera energia para cinco empresas, entre elas, a Cia. Vale do Rio Doce e Cia. Siderúrgica Nacional, apesar da capacidade geradora de 210 MW, segundo a prefeitura não é economicamente significativa para a cidade. É o agronegócio que continua impulsionando o desenvolvimento local. Igarapava tem 100% de coleta de lixo e tratamento de esgoto. Até meados de 2006 deve chegar também à totalidade na iluminação pública. O asfalto cobre 80% do município e o aterro sanitário é dos mais modernos da região.

Na área da saúde as duas estações de trem desativadas foram transformadas em estações de saúde, complementando o trabalho das 6 Unidades Básicas de Saúde local. Na educação, desde o ano passado, todo o ensino fundamental de 1ª a 8ª séries, com cerca de 5.600 alunos, está “privatizado”. A prefeitura adotou o material didático de uma rede de escolas e vem promovendo o aprimoramento dos professores. No ensino médio existe uma escola estadual e duas particulares. Para os universitários, convênios com faculdades regionais garantem descontos nas mensalidades. O turismo é uma atração à parte em Igarapava. A cidade recebe cerca de 5 mil turistas nos finais de semana. O Rio Grande é a grande atração e a pesca e os esportes náuticos estão entre os preferidos.

Dados

  • Área total: 46.900 ha
  • Propriedades: 530, sendo 310 entre 10 e 100 ha
  • Cana-de-Açúcar: 22.800 ha (1.560.000 ton/ano)
  • Soja: 1500 ha (69.000 sacas/ano)
  • Milho: 1.000 ha (80.000 sacas/ano)
  • Pastagem 10.000 ha
  • Bovinos:
  • 4.000 corte (48.000 arrobas/ano)
  • 1.700 leite (2.500.000 litros leite-C/ano)
  • 5.000 misto

Fonte: CATI Igarapava.

Janeiro/2006

ABAG/RP