Entrar
Itirapuã: cooperativismo em alta

Os primeiros habitantes de Itirapuã eram mineiros que chegaram à região em busca da primeira atividade econômica do local: o garimpo de diamantes. Foi um ciclo rápido, que deu lugar ao café, o ouro negro. Com a chegada dos imigrantes para trabalhar no campo chegou também a prosperidade e o desenvolvimento.

Situada a uma altitude de quase 900 metros, com um clima muito ameno, média anual de 20 e 21°C, Itirapuã foi perfeita para o café, até hoje sua principal cultura, dividindo com o leite a preferência entre os produtores. A cidade de pouco mais de 5 mil habitantes tem no agronegócio sua principal fonte de empregos e renda, seja nas fazendas, ou nas pequenas indústrias. São dois laticínios na cidade. Um deles processa 7 mil litros de leite por dia, emprega 15 pessoas diretamente e outras 130 indiretamente.

A cultura cafeeira é responsável por 40% dos empregos locais. A indústria calçadista chegou à cidade há menos de 3 anos e já emprega cerca de 300 pessoas. A prefeitura construiu barracões e ofereceu vantagens fiscais para que empresas se instalassem na cidade. A proximidade com Franca atraiu as pequenas empresas de calçados e parte da produção das grandes. Mas a oferta vale para todos os setores. O que a cidade quer é garantir mais emprego e renda para a população. Com 59 anos de emancipação política, a pacata Itirapuã tem qualidade de vida. A infra-estrutura chega a 100% em todos os serviços oferecidos para a população: água tratada, luz, recolhimento de lixo, asfalto, iluminação pública e esgoto tratado.

Na área da saúde existem 2 Programas de Saúde da Família e um Centro de Saúde, onde o atendimento por especialistas (cardiologia, neurologia, ginecologia, psicologia, fonoaudiologia e odontologia) acontece uma vez por semana. A educação municipal atende crianças da creche à 4ª série do ensino fundamental. Na 4ª série, as crianças participam do Programa de Bem com a Vida, passam o dia todo na escola com atividades esportivas, culturais e de reforço escolar. Da 5ª série do ensino fundamental à 3º série do ensino médio os alunos estudam na rede estadual. Um convênio com uma faculdade de Franca garante bolsa de estudo aos mais carentes, além do transporte diário.

A vida segue pacata em Itirapuã. A fonte luminosa ainda funciona e é ponto de encontro às quintas, aos sábados e aos domingos. O Serviço Social da Paróquia movimenta a cidade com bailes e shows quase todos os finais de semana. Mas as festas esperadas são as quermesses de julho e outubro, e a Festa do Peão, em março. Dos filhos ilustres, Itirapuã cita sempre Bernardo, ex-jogador do São Paulo, e o Presidente da OCB, Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas, que apesar de não ter nascido na cidade, foi criado lá. Itirapuã é uma cidade cooperativista. Na praça central um monumento em bronze homenageia os 29 fazendeiros que criaram, em 1941, a Cooperativa Nacional Agroindustrial (Coonai).

A cidade não é mais sede da cooperativa, mas todos os proprietários rurais locais são cooperados, e é lá que estão a fábrica de ração e o silo de milho da Coonai. A filosofia cooperativista continua dando frutos em Itirapuã. No final do mês de março foi lançado o Projeto Cooperjovem, uma parceria do Sescoop/SP, Secretaria Municipal de Educação e cooperativas da região. O Projeto vai capacitar professores para levar à sala de aula temas ligados ao cooperativismo e ao empreendedorismo para, ao mesmo tempo, despertar a consciência sobre cooperação e abrir alternativas de geração de emprego e renda.

Dados

  • Propriedades: 310, sendo 76% menores que 50 ha
  • Café: 2.500 ha - 25 sacas/ha
  • Milho: 400 ha - 100 sacas/ha
  • Rebanho: 13.000 cabeças gado de leite e 6.000 cabeças gado misto

Fonte: EDR de Franca.

Março/2008

ABAG/RP