Entrar

Monte Azul Paulista

Compartilhe
Monte Azul Paulista: agronegócio e futebol

Foi na década de 80 que Monte Azul Paulista, a “Princesinha da Colina”, deu seu grande salto para o desenvolvimento. O “boom” citrícola foi o grande responsável por este salto. Situada na região norte de São Paulo, uma das principais produtoras de laranja do mundo, a cidade já não vive mais a euforia da cultura. As doenças que atingiram os pomares paulistas fizeram com que muitos produtores trocassem a laranja pela cana-de-açúcar.

Sem indústrias processadoras de suas matérias primas, Monte Azul Paulista vive um ciclo diferente, com um crescimento mais vagaroso. A cidade que no início de sua história abrigou imigrantes de diversos países já viveu momentos parecidos com o atual, entremeando crescimento e contenção. Na euforia do café, por volta de 1920, havia tanto dinheiro circulando que várias Casas Bancárias foram fundadas, sendo que duas se destacaram e, mesmo alcançando sucesso nacional, mantiveram suas matrizes na cidade: o Banco Antonio de Queiroz S.A. e o Banco Julião Arroyo S.A. A economia local não mudou muito seu perfil nas últimas décadas e continua girando em torno do agronegócio, o maior empregador e gerador de impostos.

O Grupo Montecitrus, sediado na cidade, é um exemplo do novo perfil dos empresários do campo. Reúne 250 associados, donos de 350 propriedades que juntas produzem 20 milhões de caixas de laranja, que são processadas e comercializadas em parcerias com terceiros. A perfuração de poços é outro mercado importante para a cidade. A maior empresa da América do Sul na produção de bombas submersas tem sede em Monte Azul Paulista, sendo que dela outras 4 se organizaram. Com 19.700 habitantes a cidade se orgulha de seu estádio de futebol, com capacidade para 10 mil torcedores.

É a menor cidade disputando o Campeonato da Federação Paulista de Futebol. O Atlético Monte Azul foi campeão da série B1, em 2004, e se prepara para disputar a A3 no próximo ano, o que vai exigir mais esforço dos mantenedores do clube, torcedores fanáticos que conseguem doações na cidade para pagar os salários dos jogadores, que variava de R$ 300,00 a R$ 800,00, mas que devem subir agora na nova divisão. O futebol tem seu grande ídolo local, Oswaldo Alvarez, o Vadão, técnico que comandou o “carrossel caipira” do Mogi Mirim, quando o jogador Rivaldo foi revelado.

Outro jogador, o Cacá, do São Paulo, também foi revelado por ele, garantem seus conterrâneos. Como qualquer cidade brasileira o grande desafio de Monte Azul Paulista é atrair empresas que criem empregos e paguem impostos para que prefeitura possa investir em infraestrutura. O tratamento de esgoto, a melhor distribuição da água e a destinação do lixo são prioridades. Na saúde o atendimento nos postos é voltado para os casos primários. Para atender os mais graves existem dois hospitais filantrópicos. Na educação as mudanças estão acontecendo para melhor.

O ensino municipal de 5ª a 8ª séries compete diretamente com as escolas particulares da cidade. É que a prefeitura investiu em um novo modelo, onde o material didático é todo fornecido por uma rede particular de ensino e os professores recebem treinamento especial. O custo por aluno? R$ 145,00 por ano. Um investimento que deve ser ampliado para os alunos das outras séries do ensino fundamental em médio prazo. Com a educação, Monte Azul Paulista se prepara para o futuro, lembrando seus grandes empreendedores do passado.

Dados

  • Propriedades: 465 (60% entre 0 e 50 ha)
  • Cana-de-açúcar: 6.300 ha – 90 ton/ha
  • Laranja: 12 mil ha
  • 3,2 milhões de pés
  • 4,6 milhões/cx
  • Milho: 300 ha - 20 mil sacas
  • Soja: 725 ha - 33 mil sacas
  • Café: 140 ha - 5 mil sacas/ano
  • Seringueira: 83 mil pés - 395 mil kg de coágulo/ano
  • Goiaba: 16 mil pés - 2,4 milhões kg/ano
  • Manga: 3.500 pés - 7 mil cx/ano
  • Tangerina: 4.700 pés - 13.500 cx/ano
  • Limão: 3 mil pés - 10 mil cx/ano

Novembro e Dezembro/2004

ABAG/RP