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Motuca: agronegócio e qualidade de vida

Motuca debutou este ano. Aos 15 anos a jovem cidade vive o frescor da adolescência, mas com maturidade centenária. Os primórdios da cidade datam de 1892, quando a Companhia Paulista de Estrada de Ferro instalou alí sua estação para transportar gado e café, muitas famílias atraindo para o local. Uma região com água em abundância e uma beleza natural que soma rios, córregos e cachoeiras. Só havia um inconveniente, a presença de um inseto peculiar da região que se concentrava nas margens dos rios. Por isso o nome Motuca.

Os primeiros imigrantes a trabalhar na região eram portugueses. Por volta de 1908 chegaram os japoneses, que introduziram na economia local os hortifrutigranjeiros. A mais antiga colônia japonesa do Brasil era a de Motuca, mas hoje ela é só história. Nos anos 50 a cana-de-açúcar chegou à cidade, e 8 anos depois a Usina Santa Luíza se instalou no povoado ainda pertencente a Araraquara. A emancipação política aconteceu em 1990, mas o primeiro prefeito só foi empossado em 93. Hoje, com cerca de 4.200 moradores, Motuca é uma cidade modelo. As assistentes sociais da Prefeitura não gostam muito do termo, têm medo que aconteça com a cidade o que aconteceu com Ribeirão Preto quando foi taxada de “Califórnia Brasileira”. A cidade tem problemas sim, mas em uma escala muito pequena. Não há favelas nem cortiços em Motuca.

A cidade é toda asfaltada, o esgoto é 100% coletado e enviado para 4 lagoas de tratamento. O lixo, apesar de ser todo recolhido, não tem um destino correto, problema que deverá ser resolvido no próximo ano quando que terminar a atual safra, a Usina Santa Luíza vai ceder uma área para o aterro sanitário. O único posto de saúde tem 6 médicos contratados e a cidade conta ainda com 2 programas de saúde da família, um urbano e um rural. Mas não há hospital. A Prefeitura repassa subvenção para hospitais de Araraquara. A educação é um capítulo importante. A cidade optou pelo ensino fundamental de 9 anos de duração, e usa o material de uma rede particular para os alunos de 6 a 14 anos. Fora do horário de aulas, projetos especiais acolhem as crianças, seja nas escolas de esporte: natação, futebol e caratê, principalmente, ou no projeto Caminho Certo, que aproveita a vocação agrícola da cidade para trabalhar com os jovens. Tudo o que é produzido é utilizado nas escolas e creches, ou vendido a preços subsidiados para a população.

Outro projeto de destaque é o do tear. Homens e mulheres trabalham juntos produzindo peças exclusivas, de jogos americanos e echarpes a tapetes, num trabalho que começa com a lavagem da lã e que termina em lojas espalhadas pelo Brasil. Os clientes começam a descobrir os artistas de Motuca. Somente 7% da população economicamente ativa está desempregada. O maior empregador é o agronegócio, seja na colheita de laranja, corte de cana ou ainda na Usina. A cidade tem 280 produtores rurais, sendo que 220 estão nos 4 assentamentos do Itesp, que este ano completam 20 anos. Até o ano de 1998 60% dos assentamentos eram improdutivos e hoje, graças a uma parceria com a Prefeitura e sua patrulha agrícola, e a iniciativa privada, estão começando a escrever uma nova história. Uma história de sucesso onde os assentados, pela primeira vez, se vêem como produtores rurais, obtendo renda e uma vida mais digna.

Dados

  • 280 produtores
  • Cana 18 mil ha - 1.500.000 toneladas
  • Laranja 800 ha
  • Grãos 1.200 ha (amendoim e soja)

Fonte: Prefeitura Municipal.

Março/2005

ABAG/RP